A primeira etapa de gravações do filme “O Menino Que Carregava Água na Peneira” foi finalizada este mês. O primeiro longa de ficção da Região do Araguaia em Mato Grosso é inspirado na poesia de Manoel de Barros, e apresenta um menino da zona rural que sonha em ser escritor. Ao descobrir sua vocação, embarca em uma jornada cheia de aventuras pelo fantástico País das Macaúbas para encontrar algo fundamental: um nome que represente quem ele é.
A obra, escrita e dirigida por Daniel Leite Almeida, conecta duas cidades do interior de dois Estados e regiões completamente diferentes: Mato Grosso, no Centro-Oeste, e Bahia, no Nordeste. Com isso, o filme une profissionais e saberes de dois territórios que, embora distantes geograficamente, compartilham desafios e potências do cinema feito fora dos grandes centros.
Para o ator que interpreta o Menino, João Pedro Costa, protagonista da história, a experiência de conviver e atuar com artistas de outro Estado também tem sido enriquecedora. “É uma mistura de sotaques, com todo mundo junto. Conheci tanta gente de outros lugares e fiquei surpreso em conhecer novas culturas”, afirma.
O longa dá continuidade ao universo cinematográfico iniciado em Alice dos Anjos, vencedor de seis Candangos no Festival de Brasília e finalista do 22º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Esse é o filme que deu origem à trilogia homônima da qual também faz parte Alice Lembra, gravado entre novembro e dezembro do ano ado em Vitória da Conquista, na Bahia. Por isso, o município baiano foi o cenário das primeiras gravações de O Menino Que Carregava Água na Peneira, segunda parte da saga.
Além da potência narrativa, O Menino Que Carregava Água na Peneira busca profissionalizar realizadores do interior mato-grossense a partir da troca de experiências com profissionais do interior baiano. “É uma possibilidade de contribuir com o meu território, com o lugar onde nasci e cresci. É levar adiante o que eu acredito do cinema enquanto espaço de formação”, afirma o diretor e roteirista Daniel Leite Almeida.
Formado em Letras pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus do Araguaia, e em Cinema pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), ele ressalta que é muito comum que produções como essa recebam profissionais do eixo Rio-São Paulo para conduzir processos de formação e capacitação em audiovisual com realizadores que vivem longe dos grandes centros urbanos.
O longa foi viabilizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, por meio do edital Cine Motion – Produção Audiovisual da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel).
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